1 de julho de 2016



As Cinco Pérolas da Riviera di Levante - Liguria


Como eu comentei no meu primeiro post sobre a viagem à Itália, este destino inicialmente não estava no meu roteiro, mas quando li uma matéria sobre Cinque Terre publicada na Revista Viagem um mês antes do meu embarque, resolvi incluído na mesma hora. Fiquei encantada com a matéria e, pessoalmente então, fiquei sem palavras...

Assim que resolvi incluí-las no meu roteiro, comecei a pesquisar na internet para resolver todos os detalhes da minha visita, pois eu teria apenas um dia e uma noite. Acabei encontrando o blog do Ricardo Freire (www.viajenaviagem.com
) com um roteiro completo de um dia com dicas maravilhosas que eu procurei seguir à risca.

Cinque Terre é o nome que se dá à região da costa rochosa de Riviera di Levante, constituída por cinco vilarejos: Monterosso al Mare, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore. Em altos penhascos, os vilarejos são interligados por uma antiga trilha conhecida como Sentiero Azzurro (Caminho Azul). São vilarejos com uma simplicidade encantadora, que pararam no tempo, emoldurados por um mar de águas claras. Cinque Terre foram consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1997.

O acesso aos vilarejos pode ser feito de trem (a linha La Spezia-Genova, que tem estações em cada uma das vilas), ou então, de barco por La Spezia.

Me hospedei em La Spezia, a cidade mais próxima das Cinque Terre, em um hotel ao lado da estação de trem, o que facilitou bastante a minha locomoção. Infelizmente, demorei mais do que imaginava para chegar em La Spezia (cheguei por volta das 10h00). Até fazer o check-in no hotel, deixar as malas, estacionar o carro, me dirigir à estação do trem e comprar o ticket, acabei embarcando no trem das 11h00. Isso reduziu o meu dia a praticamente meio-dia. Mas, lá fui eu e procurei seguir o programa que o Ricardo havia sugerido. Peguei o trem e desci em Corniglia (a "terre" do meio), onde o percurso só pode ser feito de trem.

Desci na estação e peguei um pequeno ônibus que nos deixou próximo a principal viela de Corniglia (Via Fieschi) que vai terminar no mirante de Santa Maria. No caminho passei no largo Taragio, a praça central desta "terre" onde tem uma pequena igreja medieval (o Oratório di Santa Caterina). A outra opção de acesso da estação de trem até a vila é por uma escadaria de 377 degraus chamada de "Lardarina". Como eu não tinha muito tempo, optei pelo ônibus para ganhar tempo e poder conhecer as outras vilas.





Via Fieschi



Taragio Longo (Oratório di Santa Caterina) 



Depois de acessar o mirante, retornei à praça, peguei o ônibus e voltei a estação de trem para seguir para a próxima "terre", que seria Monterrosso al Mare (a primeira).

Monterosso al Mare é a vila mais ocidental e a maior delas. Está protegida por colinas cobertas de oliveiras e vinhas, além de possuir belas praias. A torre Aurora, na colina de São Cristoforo, divide a parte medieval da parte nova da vila, desenvolvida ao longo da praia Fegina. Monterosso apresenta importantes monumentos como a igreja do século XIV de San Giovanni Battista, o castelo Fieschi e o monastério da igreja dedicada a San Francesco (que contém obras de arte de valor inestimável, entre as quais; telas atribuídas a Van Dick, Cambiaso, Piola e Guido Reni), situados na colina dos Cappuccini.




Praia Fegina





Igreja San Giovanni Battista com a torre sineira





Torre Aurora


Claro que eu aproveitei para molhar os pés no mar da Ligúria... geladíssimo! E esqueça a areia... as praias aqui são de pedras (não dá para andar descalço)... tentei e sofri (risos), mas pelo menos eu pude fazer uma pequena experimentação da praia.

Ah! Aqui experimentei um "pesto" maravilhoso que é muito famoso (considerado o melhor "pesto" genovês, feito apenas nas "terre"). Claro, aproveitei e comprei um pote, mas que, infelizmente, eu perdi na estação de trem em Riomaggiore (no fim deste post, eu contarei o ocorrido... foi tragicômico!).

De Monterosso, resolvi pegar o barco até Vernazza e a intenção depois era seguir de barco também para Manarola, mas como o último barco para Manarola passaria dali 15 minutos, acabei desistindo e resolvi serguir de trem. Estava um lindo dia de sol, então o trajeto de barco foi uma delícia. Até Vernazza foram apenas 10 minutos. Muito rápido!

Vernazza fica em um vale estreito, num porto bem abrigado, protegido por um castelo no alto de um promontório. É o principal porto de Cinque Terre.Com seu labirinto de pequenas ruas, escadarias e passagens cobertas, é considerada por muitos a "terre" mais graciosa. Infelizmente, não tive muito tempo para apreciá-la.




Castello dei Doria - Vernazza









A rua principal de Vernazza que desemboca no porto,
com os barcos dos pescadores em frente às casas... muito pitoresco! 


Segui para Manarola, a "terre" que mais me encantou. Mirantes com vistas maravilhosas! Aqui sentei em um bar com aquela paisagem (essa da foto abaixo), tomei um Spritz (um drink bem famoso por lá feito à base de Aperol e prosecco) super refrescante e comi alguns petiscos deliciosos. A minha intenção era fazer o percurso de Mararola até Riomaggiore pela Via dell'Amore (trilha muito famosa com vistas espetaculares, onde os casais penduram cadeados em sua extensão), mas infelizmente, estava fechada.








Segui para Riomaggiore de trem. Como o Ricardo havia falado no blog dele, se chegasse no fim da tarde, o pôr-do-sol seria imperdível. E foi mesmo... maravilhoso! E super romântico também... acabei presenciando um ensaio fotográfico de um casal que havia acabado de se casar... lindo!










Depois desse visual todo, fiquei na dúvida se jantava em Riomaggiore ou se retornava a La Spezia e jantava por lá. Acabei ficando em Riomaggiore e jantei em um restaurante super aconchegante e comida ótima (Enoteca Dau Cila - www.ristorantedaucila.com). Depois de ter me deliciado com o jantar, voltei à estação de trem para retornar ao hotel para um merecido descanso! Ao chegar à estação, fomos informados de que a circulação de trens estava temporariamente interrompida, pois havia acontecido um acidente na linha perto de Gênova. E aí começou a espera... Me abriguei numa pequena sala de espera da estação, para suportar o frio (afinal estávamos na primavera e as noites eram frias). Como estava quente quando saí do hotel de manhã, peguei apenas uma jaqueta de jeans. As horas foram passando e o número de pessoas aumentando. Acabei encontrando um casal de brasileiros, muito simpáticos (a esposa chegou a me emprestar uma blusa dela); teve música na plataforma do trem promovida por músicos que também aguardavam o trem o que acabou animando a todos a dançar. Com essa confusão toda, acabei esquecendo a minha sacolinha com o delicioso "pesto" na sala da estação! Bom, a circulação dos trens só foi se normalizar quase meia-noite. Cheguei no hotel cansada, com frio, sonolenta, mas ao mesmo tempo, satisfeita, pois tudo valeu à pena! Se algum dia forem à Itália, não deixem que conhecer estas pequenas pérolas.







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